Maybe...

Talvez eu tenha tantas coisas pra falar que me faltem palavras, jeitos de começar, ou links pra tanto sentimento aleatório que tem morado em mim ultimamente. Talvez, eu só tenha que parar de tentar colocar todas as minhas expectativas nos outros, ou de me apaixonar como um piscar de olhos e talvez não seja nada disso, seja muito além, mas eu ainda não consigo ver. Talvez seja porque meus olhos estão molhados, talvez porque meu coração ainda lateja por uma ferida muito recente ou talvez eu só não queira enxergar.
"Sometimes it lasts in love, but sometimes it hurts instead"
(Agora não tem mais como voltar pro mesmo lugar, mesmo que eu saiba que você não merece que eu queira tanto estar com alguém assim, mesmo que eu saiba que tudo isso também tem haver com um monte de feridas que você parecia ter curado, mas agora quando você também toca nelas, elas doem duas vezes mais, e eu não sei mais do que sinto falta. As antigas pareciam mais minhas, as suas tem uma dor que não veio de mim, tem um aspecto de outra pele, mas você quis carregar pra mim, eu não pedi, eu não queria mais machucados, mas eu não podia adivinhar!!! Mas por que diabos eu não podia ter desconfiado antes? Ou ter pensado com razão antes? Minha mente sempre ocupada em respirar fundo, junto com você, tão junto que na sombra eu me perdia. E pedia, pra aquilo durar pra sempre. Puff. Toda vez que eu quero que dure pra sempre, meu infinito se transforma em um conjunto de dias, bem, se eu tiver com sorte - o que é raro, quase improvável - dure semanas, mas não o suficiente pra completar um mês e muito menos um ano. Mas completa um amo, um eu, um seu, um nós tão rapidinho, quase como vira nó, quase como vira pranto, quase como vira dor de lembrar da última vez que eu achei que ainda te tinha.)
          MAS PRESTA BEM ATENÇÃO: A GENTE NÃO TEM PERDE O QUE NÃO TEM!!!\

Pronto. Transcrevi o que passava pela minha mente, confusa e barulhenta. No fundo dela ainda tocava uma música que se eu cantasse, esclareceria tudo, mas gosto de inventar essa minha parte anônima, já que eu sempre fui demais, é bom saber me conter, guardar aquilo que é conveniente. Agora não sei se me guardo por completo, ou se me deixo desabrochar em algum lugar que não tenha espinhos. Eu não suportaria a dor mais uma vez. Eu só te peço isso, de novo não, de novo não. 

No fundo, talvez, seja só o abismo de alguém que ama em mundo que todo mundo se esqueceu como se sente.

Agradecida pelo escuro do carro esconder as lágrima que rolavam no meu rosto, silenciosamente doídas. Cortantes. Atravessavam a face ligeiramente, uma atrás da outra. Passavam-se as cenas vivas na minha cabeça, o beijo na cabeça, frio, silencioso. E o corpo contra o outro, o beijo roubado, o sorriso, os olhos nos olhos. Como uma verdade poderia mudar toda a situação? E como seu silêncio sobre saber que era amor por você poderiam me fazer tão mal? Silêncio. Silêncio Silêncio Vazio. Tão vazia que não consigo mais chorar. Ainda calada. Ainda doída. Mas silenciosa. Você tinha me roubado as últimas palavras E jurei a mim mesma, A última pessoa que me roubou o coração.

Let it be.

Cuidado comigo,
Tenho ganhado uns goles de amor próprio a cada dia que passa. E tenho as vezes, tomado um copo ou outro de uma bebida ardente, que me faz parar de chorar por você, que me faz até te esquecer, enquanto danço e rodopio no salão onde ninguém me conhece, me sinto livre de você. E você não sabe como me sinto bem. Danço alegre e despretensiosa, coisa que se estivesse ao meu lado já teria ordenado que eu parasse, que parasse de fazer papel de boba. E mesmo que eu ame dançar, ame ver como os meus cabelos voam, eu pararia. Porque eu sempre gostei de te mostrar que eu era completamente sua. Como eu sempre gostei de ser perfeita para você. Já achei até graça de como era grosso, sobre algumas experiências já até pensei que amava esse seu jeito áspero. Mas não amo. E demorei tanto tempo pra perceber que eu só não queria aceitar que você tivesse defeitos, não queria aceitar que podia gostar um pouco menos de você. Me enganei. Mesmo sóbria. Mesmo lúcida. Quis me agarrar a essa ilusão com carne, unhas e dentes. Mas eu sequer me questionei, estou feliz com isso? Sequer me questionei se não me cansava de mendigar aquele amor, de mastigar cada palavra de fúria, e dizer um é claro meu bem, no lugar. De te encher de elogios, cartas, palavras bonitas e sempre receber o mesmo olhar, a mesma frieza, os dedos secos sobre os meus, como a obrigação cumprida. Hoje quem quer cumprir a obrigação sou eu. A obrigação de me amar, a obrigação de desapegar de coisas tão antigas, que por ter medo de novas, ainda me apego a elas. Estarei mentindo se disser que não te amo, mas amo muito menos. E tendo a amar cada vez, menos, e menos e menos.
Cuidado comigo,

Cada dia sou menos sua.

Bloco do Eu sozinho

Bem, então, ficamos a sós.
Eu e você, palavras,
Já tão intimas de tão dolorida
Já tão massificadas
Já somos quase a mesma pessoa

Palavras, que me levam e me trazem
Que me fizeram arriscar no escuro
5 grandes folhas em branco
Um grande erro?
Ou um acerto futuro?

Faço de cada gota de pranto
Uma letra de um texto pra você
Minha forma de me despedir
De aceitar o seu adeus
Que partiu minhas palavras
E consequentemente, meu coração.

Palavras que me tapam a boca
Palavras que me sufocam
Saiam todas de vez
Deixa sair o oceano inteiro
Preciso esvaziar-me

Já que mergulhei muito profundo 
Em amores muito rasos
E pelo vazio ainda incompleto,
Agora mais espesso, machucado, ferido,
Preencho-o com palavras
Mas não as dos outros 
Ou - as suas falsas -,
as minhas, 
feitas da verdade, 
da dor de ser, 
nuas e cruas,
minhas,
mas sempre,
feitas de um pedaço de você.

Que quis sair de mim,
Mas não sai da minha poesia.

 

Meu zé interior

Uma vez me disseram que era difícil lidar com a dor Zé, mas nunca me disseram que era impossível. Não essa dor física, sobre essa apenas coloco 3 ou 4 comprimidos brancos e arrendondados sob a palma das mãos e tudo estará bem de novo, enquanto eu estiver ainda com os analgésicos a meu favor.
Mas zé, essa outra dor, da qual quero te contar é muito pior, essa dor que cava um buraco pra dentro, esse redomoinho dentro do meu peito, essas pontadas toda vez que o mesmo nome me vem a cabeça. Eu nunca o tive, mas o perdi. E a dor da perda é com certeza a pior que um ser humano pode provar, o sabor amargo pela boca, pelo corpo, a amargura caminha pelos dias, arrasta tardes frias e só inverno mesmo que lá fora o sol borbulhe amarelo. É morrer por dentro e continuar vivo, se o conceito de estar vivo for apenas respirar, é claro, e feito com muita dificuldade, empurrando pra fora a única coisa que ainda me sobra por dentro, ar.

E não pense também Zé, que estou sendo egoísta o suficiente para tratar de morte com tal doloridão, já que isso não me cabe, a escolha é do relógio e de quem faz sua manutenção, se é que você me entende, não quero ser religiosa, ou te impor as minhas crenças, mas é que a morte é incontestável, a pessoa não escolhe ir, não prefere abandonar esse mundo de meu deus por um que não temos nem conhecimento. Só quem faz isso são os corajosos, e coragem demais, as vezes é um abismo.

Sim, deixe-me adiantar, estou falando de amor. Ou de como ele se manifestou em mim, de forma tão gigante que me tomou por todo o corpo, que me preencheu pra depois esvaziar, esvaziou cada centímetro cúbico, porque agora, diferente da morte, o meu amor escolheu ir, mesmo depois d'eu contar dessa dor que sambava no meu peito e que só ele quem podia dar melodia a esse samba velho, a esse pandeiro sem ritmo, era só ele.. E foi dai que tudo que me disseram um dia fez-se como verdade, não suportei a dor de perde-lo e agora não aceito mais nenhuma entrada. Assim não a portas pra ferimentos e nem pra preenchimentos. Deixe-me cá com eu mesmo. Acho que vou melhor Zé, acho que vou melhor com esse vazio, porque outra coisa que me disseram, é que se a gente fica mais leve, a gente voa. E eu sempre achei bonito demais quem voa sem se preocupar com o destino, com a chegada, com a partida. Tudo que eu sempre quis ser Zé, mas eu quis ser com ele. E ele escolheu ser saudade.
Ah, a vida foi tão injusta. E eu escolho o que hein? Escolho morrer de saudades ou viver com ela?

Ninguém disse que era fácil Zé. Mas acho que você entende. O amor um dia ainda sorteia a gente.

                                                              "E ela, que era dele, e agora, sem ele, não é ninguém."

Você e eu


Você me conta um segredo
Diz que não chora
Eu vejo a lagrima mas você ainda a ignora
Você diz que não sente
Acho seu jeito bonito
Solto
Pesado
Duro

Eu te faço uma poesia 
Guardo pra mim
Você acende um cigarro
Eu tusso com a fumaça
Você faz cara feia
Eu te olho nos olhos
Você tenta evitar
Eu juro que te amo
Mas você ainda quer provas
Eu viro as costas
Você não vem atrás
Porque no fundo, no fundo,
Sabe que eu vou voltar.

Quando janeiro acabou

Sempre quis ser a versa a emoções, exatamente como eu via que você era. Frio na medida certa. Recolhia pra si, qualquer sinal de interesse, amor, afeição e importância. E eu não via você perder nada com isso, pelo contrário, continuava intocado, estável e sem um arranhão.
Já eu, que sempre me entreguei demais, sempre muito aberta, pra amor, pra dor, pra ir, pra voltar. Sempre impulsiva, sempre escapulindo. Estava aberta, machucada, lotada de arranhões e cicatrizes, lotada de pessoas que eram só memoria e outras que não eu não conseguia deixar na lembrança. O apego também, tão distante de você, era a coisa que eu mais via em mim.

Pensei em um meio termo sabe..

Mas não se faz um meio termo sozinha, é que a gente forma o peso certo, as duas peças que se encaixariam perfeitamente. Pensei que podia te completar, porque eu também queria uma parte sua, pra preencher o meu vazio. O meu vazio que não foi você quem criou. Mas que ao partir, também deixou.

E quando janeiro acabou..

A gente foi junto. E não foi aos poucos, a gente simplesmente desabou. E eu nem tive tempo pra me acostumar, fui pega de surpresa. E você não deixou nem um bilhete na geladeira, ou uma mensagem no meu celular. Você só foi.. Como se fosse fácil. É, talvez cê tenha deixado minha metade largada por ai, e só levou o que te interessava, a parte que não sentia dor nenhuma em dizer adeus, a parte que mesmo me dizendo que o que mais queria era ficar, a parte que me disse que aquilo não tinha fim, não tinha meio, só tinha inicio, porque assim, cada dia ficava mais longe de poder se separar. E eu ria, e acreditava, e respirava uma felicidade falsa, construída de palavras da boca pra fora, palavras que só eram ditas pra que não se perdesse a mágica. Por que não a verdade? Seria tão doído? Será que não ia doer menos que um adeus que eu nem ouvi?

Outros meses vem e vão..

                                   Assim como as pessoas.
Sabe, esse é o meu adeus. Mesmo que você não tenha me dado um. Esse é o meu desapego, essa é a minha chance de ter aquela parte fria e contida sobre sentimentos. Aqui jaz, poderia dizer, uma menina que se entregava facilmente. Ela foi embora, junto com você, ela acordou diferente no primeiro dia de fevereiro. Ela olhou pra si e decidiu que merecia uma pausa, só o tempo podia consertar e curar tudo. Mas ela não tinha todo esse tempo, ela só tinha o hoje. E ao despertar, te deixou nos sonhos da noite passada, deixou de te lembrar, te deixou lá, em algum dia do janeiro passado, pra poder continuar aqui, nos onze meses restantes que tinha, até um novo ano, pra pedir por alguém que dessa vez, ficasse por alguns janeiros.
Abri uma frestinha do meu caos pra ver se você via uma parte única e verdadeira de mim, como quase ninguém conhecia. Abri uma frestinha do meu coração pra você cuidar, já que antes era tão vazio e tão escuro. Abri uma frestinha do meu sorriso pra você sorrir de volta pra mim, como quase ninguém fazia tão bonito. E de frestinha, em frestinha... Me doei pra você completar. Pra você consertar. Pra você. Mesmo sem receber nenhuma frestinha de você. Sem conhecer seu caos ou seus medos, sem conhecer seu amor ou sua maior felicidade. E foi assim que eu fui completamente sua, muito antes de qualquer pedaço seu, ser meu. E sem te ter pra mim, quis me esconder. Fechar todas as nossas aberturas. Mas era tarde demais. Eu já não era sem você. Mesmo quando você foi. Mesmo quando nem quis saber de fechar as feridas que abriu. Ainda não sou. Ainda não sei se ainda existem outras frestas pra outras pessoas consertarem e completarem, pois assim como você, elas podem apenas espiar e largar, em aberto, doloridas e expostas. Então me fecho. Completamente. Pois, como é que eu vou saber amor? Que os outros não são como você. Como é que vou saber?

O amor é a flor da estação.

Você diz que não sou flor que se cheire Que não sou flor. Se não sou, Como que criei raiz em você? Se não sou flor, Como que desabrochei de amor por você? Se não sou flor.. O que é que posso ser?
(Da menina que queria ser flor, pra viver no seu jardim. Pra te ter só pra mim, mesmo que por um arrancar.)

Quando janeiro chegou.

"Você sorri pra mim e é quase impossível não sorrir de volta."
Recostei a cabeça na almofada e cruzei as pernas. Como e onde eu tinha conseguido encontrar você hein? Nem eu podia acreditar, parecia que depois que aquela maré de coisas ruins, ainda tinha um pouco de água pra lavar a alma, trazer calma e o principal, voltar a ser feliz de novo.Tantas vezes que me perco nas contas, o que não é novidade pra quem não lida bem com números. Seja ele em uma equação, decepções, meninos, tempo.. Odeio números. E com você perco a noção do tempo, das horas, dos números, dos riscos, das opiniões. Talvez, eu só precisava de alguém que me segurasse forte e me dissesse que eu não poderia fugir de tudo, alguém que não me deixasse escapar pelas frestas dos dedos. E eu que te respondo, como não sorri pra você? Mas, calei. Respondi um risinho.. Porque eu gosto tanto de você que prefiro deixar assim, subentendido. Como canta a música. E o roteiro.

Redes sociais

Tecnologia do Blogger.

Pesquisar no blog