Não mexa com meu silêncio, se não puder lidar com meu barulho.



Você acha que eu falo demais? Tipo, te deixo sufocado? Não, nem responde.. Porque eu sei que vou me sentir mal depois. Eu tenho essa mania de perguntar e não ter coragem de ouvir a resposta. E isso é porque sou insegura, as versões alheias me confundem. Sou o que sou ou sou o que dizem? Sou é uma mistura, uma confusão, um retalho, uma montagem. Tenho cara mas não tenho face, mesmo que digam que seja a mesma coisa, não é. Em que espelho ficou perdida a minha face, Cecília? No que me reflete, eu espero.. Já que sempre esperei que eu fosse mais vista do que eu pudesse me ver, sempre quis ser, mas nunca fui. Também nunca cheguei a esse pensamento antes, há muitas coisas que eu jamais fiz, por medo, oras, por não serem compreendidas. Não sou eu quem dita as regras, o que está em jogo, o que está em moda, o que está certo. Sigo mandamentos e não me dou bem com eles. Por que os sigo? Oh, que ingenuidade. Quem é que quer ser o peixe fora d'água, baby? Já quis muito nadar contra maré, até uma onda maior chegar, a do conformismo. Me pergunto sempre, será mesmo que existe mudança, sem que se levante do sofá, sem sair da zona de conforto? Mas eu me calo, porque as pessoas dizem que eu falo demais.

Pensa..

Ainda me lembro de tudo que você esqueceu
E me lembro o quanto era meu
O jeito tão torto de ser
E que vê o mundo de um jeito só seu.

Ainda me lembro do show que a gente viu
E de como nosso lugar era ruim
E do amor roxo que você pintou em mim
E da conversa sincera pra dizer que acabou.

Ainda me lembro do que falavam
Que a gente ia pro altar 
Que não tinha pra onde correr
Eramos feitos pra durar.

Ainda me lembro do machucado que você me fez
E da música que você disse que era nossa
E da frase que escrevi no teu caderno
Pra te jurar amor eterno.

Não da pra esquecer você..
Não da pra esquecer..
Não da..
Pra voltar?



Cartas endereçadas a ninguém (Parte 2)

                                                                                "Heaven is a place on earth with you.."

                                                                                                    Novembro, 24
Não sei o que pesa mais sobre minha cabeça. Minhas ultimas decisões ou o teto de marfim escuro prestes a desabar. Era o melhor que eu tinha encontrado pra passar a noite, eu sei, também não podia dormir em qualquer hotel a beira da estrada, mas esse mesmo que no centro, parece que não recebe alguém a séculos. A água era fria porque o registro ( é esse o nome daquele treco que faz ficar quente?) tinha queimado e ninguém quis vir trocar, a cama é dura e amanhã tenho que me virar pra tomar café da manhã, porque nem isso aqui tem. E eu sei que vai me reclamar que estou agindo como uma filhinha de papai, mas todo mundo merece conforto, ainda mais depois de tudo que eu passei hoje. Aliás, eu não sei porque continuo te escrevendo. É o meu modo de fugir da realidade que ando enfrentando, eu acho.. É tão mais fácil só despejar as palavras pra você que me deixar enfraquecer ou abalar. Eu sempre quis ser durona demais. E que mesmo abalada, prestes a cair, não me deixo fragilizar. Eu não falo o que eu sinto pra quase ninguém, exceto você. E não sei que diabos de feitiço foi esse, mas eu não consigo te largar.. Mesmo quando você me pede distância, me pede pra te deixar em paz com as novas coisas que você construiu e eu sinto muito se eu não consigo, porque eu só sei destruir tudo que tenho depois de você. E preciso tirar esse espirito de mim. E é por isso que eu viajei quase 500 km de carro sozinha, pra uma cidade no meio do nada, sem celular (que é pra ver se olha mais pra dentro..) e sozinha. E eu só fui indo e indo na rodovia principal sem destino programado.. Mesmo que no fundo eu quisesse passar por lá e bater na sua antiga casa só pra dar oi pra sua mãe e comer aquela torta de maça sem igual, ou fazer ela ligar e te pedir socorro, falar que meu pneu furou enquanto eu ia pra uma cidade próxima em uma audiência e que precisava de um homem pra fazer esse serviço.. E quem melhor que você pra me tirar dessas enrascadas que eu vivo me metendo? Uma pena, lembrar que pra você vir, ia deixar sua mulher na cama te esperando preocupada ou seu filho sem alguém pra brincar ou conversar, ou seja lá o que foi que você construiu ai, e deve ser bem melhor do que eu ando tendo. Esse buraco negro que só me leva tudo que me importa e que me deixa só. Até quando eu vou afastar as pessoas que amo de mim? Até quando as palavras vão ficar presas na ponta da língua, ou, do papel? Até quando hein? Eu preciso de alguém que me segure, Rodrigo, mesmo quando a coisa que eu mais tente seja fugir e fugir, até chegar onde estou. Num hotel melancólico no centro, com o teto prestes a desabar sobre a cabeça, mesmo que eu já tenha desabado a tempo..
                    E eu sei que nada disso é problema seu, mas eu precisava que você soubesse que existe desse jeito em alguém, como existe em mim.
                            Júlia.
                                           "I belong with you, you belong with me."

Novembro, 11.
Eu não queria te escrever nada, também não queria gostar de você do jeito que eu gosto, mas acho que em ambas as coisas não tenho escolha. Mudei a letra e algumas ideias de lugar. (Não que eu esperasse que você reparasse). Aliás, não era esse o discurso? "Você espera tanto de mim, cria tanta expectativa, sou eu ou uma fantasia que você tirou dos seus livros?" Era você. Sempre foi. E eu sempre imaginei tudo, por que é que com você tinha que ser diferente? Eu não te exigi nada além de ficar, de não ir pra tão longe.. E mesmo você dizendo que a escolha não seja sua, ah meu bem, ela é.. Existem tantas distâncias, não só a geográfica  existe essa que a gente sente muito mais.
Por onde anda você que eu não esqueço? Cade você que não me lembra? 
Me acostumei com não te ver, mas com não te ter.. Ah, ai você pede tanto..

Fez um ano. Trezentos sessenta e alguns dias. E isso parece tanto tempo! Se eu me perdesse nos dias, podia jurar alguns anos, até. Meu deus, porque a gente se perdeu assim? Só me responde isso vai.. Quanta coisa a gente perdeu de viver, de ser, de fazer acontecer. Quantas vezes eu esperei por uma volta, uma prova, uma ilusão.. Pensei em comprar passagem, inventar uma viagem, só pra te ver.. Mas como que eu ia saber, se você queria me ver? Estampei minhas certezas e esperei você notar, e se perguntar, por onde que anda aquela garota indecisa? 

Ela anda por algum lugar. Talvez perdida em algum dia do novembro passado, mas, não aqui.
Aqui só existe alguém que clama por você, até quando o novo novembro acabar, até quando mais anos se passarem, até quando ela se apaixonar de novo, tem algum lugar nela, que sempre vai ter uma parte do primeiro amor, que arrancou tanta coisa e que só assim deu espaço pra ser quem ela sempre quis.  Mas, também precisa-se saber, o que foi que aquela garota deixou em você?

Feliz um ano, juntos, meio-termo e separados. Feliz, porque é assim que me sinto com você.




Sinto sua falta, 
                                      Júlia.
O escuro é poético
Dentro dele estão perdidas tantas imensidões 
Irreconhecíveis
O escuro é poético
E a imensidão mais escura que a noite
Sem uma estrela no céu
Só os monstros da consciência
Ao borbulhar culpa
Entre outras medo
Dentro dele estão perdidas tantas imensidões
E na imensidão cega, quietos, viramos feras indomáveis
E isso é tão poético. 

Sorteando..

Ganhados: 
  1. Kilos.
  2. Viagem.
  3. Saudade.
  4. Mais personalidade.
  5. Novas amizades
  6. 5 amores e meio.
Perdidos:
  1. 5 amores e meio
  2. Um celular
  3. Antigos amigos
  4. Algumas calças que não dão mais
  5. Dinheiro 
  6. Sorte
Alguns diriam que é uma balança bastante equilibrada. Ou pelo ao menos, com o mesmo conjunto de números. Ah.. Mas como as coisas perdidas me fazem mais falta, talvez, pesem mais - na consciência e no bolso - principalmente, o item 6. Quem pede sorte ao destino? Quem pede sorte de aniversário? De natal? Até de páscoa.. Se tropeço, se me desfaço, se me enrolam... É a maldita falta de sorte! Se me ganham, se recebo um prêmio, se passo um dia sem cair.. Ai é acaso. Porque sorte, meu bem, é o que me falta. Pensei em pendurar um pé de coelho ou trevo da sorte no chaveiro, e deixar pra ver no que dá. Mas não me convenço que assim possa alguma coisa melhorar, é quase impossível. Aliás, é como cantam "Se não desse errado não seria eu..". Cantarolo por aí, porque se não nós dão a sorte, tentamos criar, levar no riso e ouvir os milhares de "Só podia ser com você..". Tem gente que nasceu pra ser motivo de alegria. E vai ver que essa é a verdadeira sorte e o riso, a coisa mais bonita que podemos dar. 
(Mas, se encontrar a sorte na calçada, diz pra ela me ligar.. ando com uma saudade dela!)
Nada novo. Quero tudo novo, de novo.
Comodidade chata. Sinto falta até de ser magoada, de sentir o rosto ferver, da barriga dançar, das mãos sambarem a mesma melodia, nervoso, ansiedade, só você provoca isso em mim. Saudades. Lembrar é quase como te ver, como te ter, como ser, mesmo sem você aqui. As vezes sonho. E acordo tão assustada, tenho tanto medo do que não foi descoberto, coisas que nunca disse, um pranto abafado pelo travesseiro - ou pelo medo de ser de verdade.
Ah, amor.. a vida não espera por ninguém. E mesmo que a gente tente parara-la por uns tempos, ela continua, mesmo que você não acompanhe. E ninguém gosta de ficar pra trás, de estar sozinho, de estar sentido.
E por que será que ainda espero por você? Um riso, um beijo, um canto, um abraço, um cheiro, um lenço, uma camisa amassada, uma foto com legenda do que a gente é. Alguma coisa em que eu me agarre, que eu mal possa esquecer, que me de mais uma gota de esperança mesmo que pareça nada.. De gota em gota a gente enche o mar, menina.. Deixa eu me agarrar em você pela mente, que não me deixa mentir. É mais que sincera a dor que se sente, mesmo que seja mais fácil fingir..
Finge, atua, monta uma cena só tua, de um personagem que não quer aparecer. Desmente que eu era só tua.. mesmo sem você aparecer. 
Não posso deixar. Mesmo que se for pra ser será, me pedir pra lhe entregar pro destino é maldade demais. O agora é o que me importa mais. É pra ser.. e se não for, a gente inventa. O único remédio é sentir.. E não custa nada. Só a dor da gente.

Amar o mar.

Silêncio.
O mar desaguou em mim.
...
Silêncio. 
Pra ninguém ouvir.
...
Faço tempestade
E molho a cidade inteira
Do meu caos.

Silêncio!
Alguém ouviu.
...
Ei menina dos olhos úmidos,
Por que tanto deságua?

Silenciei.
Mas as ondas inundaram todo meu corpo.
E do pranto veio o canto
O mar fez da menina,
Sereia.
Júlia bahiano.

Eu não fico sem você.

Fica
Nem que seja por um segundo
Nem que seja um mês
Nem que seja pra sempre
Mas fica
Que sem você aqui eu fico tão assim sei lá
Fica
Eu preciso ter você do lado
Fica
Que a gente da um jeito de tudo se acertar
Fica
Pra solidão não me deixar a mercê
Fica
Por que sem você não dá
Fica...
E se não der, fica.
E se vier, fica.
E se puder, fica.
E se a gente der..
Fica!
E não vai embora mais
Por que é só você partir
Que quem se parte sou eu..
Fica!
Por que se você fica
De contentamento eu vivo
Fica!
Por que nada me faz mais feliz
Fica!
Pra gente se encontrar..
Eu fico por você
Mesmo que eu goste de partir
E se der medo não fujo
E se a gente brigar
Eu peço trégua
E se a gente durar..
Pra sempre vai ser só o começo.
Nosso amor vai além da vida
A gente tem tantas vidas pra viver..
Então fica!
Por que se você não fica..
Eu é que vou me embora daqui..
Por que não da pra viver
Morrendo de amor.

Clichê.

Qual a razão d'eu ainda estar aqui?
Esperando plantada.
Sem florescer
Amontoado de galhos secos.

Qual a razão d'eu ainda estar aqui?
É, eu sei.
Outras rosas desabrocharam
E o galho seco, foi esquecido.

Arranque-me do teu peito
Me arranque pelos meus defeitos
Pela minha falta de delicadeza
Por eu não ser flor.

Pela falta
De amor
Tem razão.

Pela falta
De razão
Tem o amor.

Arranca esse problema pela raíz
E esquece que um dia a gente ja foi feliz.
Plantados.
Florescendo.

A gente já foi
E deu lugar aos espinhos
Eles tomam todo o lugar
São as farpas de um coração
Que ainda queria florescer.


Repara bem no que não digo..

Sabe, nem sempre digo a verdade.
Talvez por que seja densa demais
E não cabe entre a delicadeza
De palavras que querem agradar.
Talvez, o problema esteja aí
A mentira é leve e flutua
Dentre os diálogos imaginários
Onde a gente finge que não sente
Mas sente tanto
Que parece não sentir
Quando entristece
E faz da tristeza
Uma pena
É uma pena que eu sinta
Uma pena que você não veja
É, pena.
E quando ouço gritos
Logo quero ajudar
E quando grito
É com pesar
Que o silêncio ecoa no lugar.
Sou leve
Pra diminuir a densidade das pessoas
Ao redor
Ao se sentirem só
Estou sempre pra ajudar
E quando caio
Falho
Saio
Paro
Quem fica a observar?
Vazio.
A verdade da solidão
É pena.
No ar.

Escuridão.

A luz se apaga
E eu fico assim
Mais próxima de mim

A luz se vai
E eu consigo ver
O choro preso
E o riso que não se viu

A luz desaparece
E a gente esquece que o dia vem
Eu e você mais perto
Rosto contra rosto
Respirando em mim.

A luz some
E a saudade esconde-se embaixo do travesseiro
E não que ir
Me faz recostar a cabeça sobre lembranças

A luz escureceu
E o som se resumiu a silêncio
O caos da cidade é calmaria
E os pensamentos, tempestade.

A luz sou eu
Porque na escuridão
Nada mais que a sombra de quem sou
Pra nortear.


Sintonia com a saudade.

Hoje,
Demorei um tempo exato meio chato pra aterrissar
O teu perfume me embebedou de memorias
E nesse enredo o meu desfecho não era você.

E por perder a voz me rendi ao pranto
E dele tão santo, pude me curar
Curei-me de saudade,
Mas de verdade não consegui esquecer.

Perdida entre histórias
Detalhes que eu custava a esquecer
Me lembrei do casamento
E do seu lamento porque me deixou.

E agora que não sei mas o que faço
Não sei se passo essa vida sem você
Não sei se dou um passo
Pra não cair em falso outra vez.

Já vivi mil casos
Entre uns, descaso.
E o meu fardo
Foi perder você.




Conflito.. (Cede por mim.)

Eu não sei se poderia te esquecer
Nem se poderia viver sem você
Vou sentir uma falta que não vai me caber no peito
E meu corpo vai colocar pra fora em forma de pranto.
Eu não sei se viveria sem você
Mesmo que você viva sem mim
Eu não sei se poderia te esquecer
Mesmo que você não se lembre de mim
Somos opostos
Você me atrai
E seu jeito nos repele.
Somos partes que não se encaixam
Mas quem disse que eu poderia ser feliz
Sem a tristeza que você me causa?
Eu sei, não tem lógica.
A razão me escapa
E eu só consigo sentir o que temos
Mesmo que eu ainda não saiba o que é.
Eu quero que você fique...
Mesmo que você queira partir.
Eu quero que você seja meu..
Mesmo que você já tenha outro alguém.
E tudo isso

Me faz sentir como se eu não vivesse sem você..

1 ano.

- Por que você escreve?

Foi de uma pergunta simples como essa que percebi que não pensei no motivo da coisa que mais gosto de fazer. Bem, eu não soube responder. Acho que é porque consigo me libertar das coisas que guardo. Ou porque posso ver quem eu sou. Ou talvez seja o lugar que eu desconto o que sinto, o que omito, o que grito, o que choro. Ou talvez nem seja um lugar, uma coisa ou um talento, talvez seja só a minha forma de mostrar "eu sou um pouquinho mais que isso..". Ou seja o meu lugar pra sonhar com amor. Desapertar o coração. Onde deixo o nó virar laço. Onde me desfaço e me refaço com facilidade. Talvez eu só combine as palavras e as vezes me vejo ali, estacionada entre um paragrafo, narrando sonhos, dialogos, paixões, frustrações. Talvez.. eu só escreva. Eu só seja. Eu só ame. Eu, só, no meio desse amaranhado de palavras, que formam quem eu sou. E o que eu sei.


Anseio.

 A gente pode se despedir milhões de vezes em um dia
 A gente pode prometer nunca mais se ver
 A gente pode cantar a mesma melodia
 Chorar pela mesma melancolia.

 A gente pode ser metades encontradas
 A gente pode ser tudo que der e vier
 A gente pode ser felicidade indeterminada,
 Qualquer saudade inventada, a gente pode ser.

 A gente pode ser um amor de verão
 A gente pode ser quase irmão
 A gente pode ser o frio do inverno
 Qualquer sentimento sincero, a gente pode ser.

 A gente pode ser o amor das nossas vidas
 A gente pode ser uma canção bem bonita
 A gente pode ser uma palavra de fé
 Um onda na maré, a gente pode ser.

 A gente pode ser a minha coisa preferida
 A gente pode ser o seu guia
 A gente pode ser nossa religião
 Nossa oração, a gente pode ter.

Júlia Bahiano.

Invisibilidade.

E no silêncio
O verso tão só
Encharcado da minha solidão
Expandiu meu amor por você.

As coisas que eu mais amo em você:

Sou apaixonada pelo teu caos
O teu barulho que me desperta
E eu sempre tão direita
Me entorto toda por você.

Nos teus lábios me despedaço
Como se já tivesse sido inteira
E rio na sua companhia
Como se um dia ela não fosse acabar.

E quantas foram as vezes
Que passei descontente á te ver
E transformei a dor em pranto

Já pensei em te escrever o mundo
Cantar notas absurdas
Pra ver se te fazia crer
Não existe outra pessoa no mundo

                                                             Como você.

Por detrás de mim.

Prometi que não escreveria pra você,
   Que não declararia nenhum amor,
      Que o que aconteceu, já acabou
          Mas quem disse que dá pra ser assim?

Prometi que ia esconder,
  Que ninguém mais ia saber,
    Que sempre se arranjava um jeito,
       De te amar sem narrar.

Prometi que não ia ser você,
   É agora é.
    E que não haveriam decepções
      E nem iria esperar demais.

Prometi que ia deixar de ser
  Mas sem nem esconder
    Gritei pro mundo inteiro
      Que agora só sei amar você.

E quem disse que o mundo é mundo?

Quando alguém se vai como que faz pra ficar? Como lidar com saudade, lembrança e melancolia?
Perguntas incoerentes em momentos que a única coisa que queria era um ombro encostado no seu.
Ou uma conversa em que diríamos como nos sentíamos em relação aos amores que a vida leva e traz.
Era que o tempo se atrasasse e demorasse de passar, como nos dias cinzas de domingo, agora, mais cinzas sem tua presença.

A ausência de qualquer coisa doí, cria morada - e feridas, pro resto da vida. E ninguém aguenta a dor. Fugimos, nós escondemos, calados. Esquecemos de gritar ao mundo que faz falta ser, e ser a falta de alguém. Desacredito que ainda podemos amar uns aos outros sem quebrar a cara.

Calamos, orgulhosos. Perdemos, chorosos. Sentimos, mudos.

É só a tua falta e a falta de humanidade que eu ando reclamando, a falta das coisas que nem existem mais, a canção de ninar que não cantam pra que eu adormeça ou alguém disposto a ouvir sobre todas as opiniões erradas que o mundo descarrega sobre a gente, que cada dia mais, é menos gente e mais saudade.

Um tempo atrás..

Tive vontade de colocar pra fora todas as coisas que sempre quis ter dito, de chorar por todas as frustrações acumuladas, de trocar de corte, jeito, nome. Tive vontade de acordar naqueles dias que a gente pode ficar o dia todo sem fazer nada, pode se sentir sozinho, triste e deprimido e parar a vida por isso, mas hoje eu não podia, era meio de semana e minha vida continuava, corria, em uma velocidade que eu mal podia acompanhar. E nem pararia pra que eu me recompusesse. Tive a vontade de acordar naqueles dias que a gente não sabe o que é, o que quer, o que tem. De ter 6 anos de novo e poder chorar no colo de quem me quer bem. De tarefas de pintar, colar, rabiscar. Acordei mordida de saudades, de angustia, de ressentimento. Acordei adulta, mesmo que tivesse ido dormir com todos os sonhos de uma criança.

Amor incondicional.

Não era um dia como todos os outros. Era seu dia, é tudo que tem você é mais lindo, puro, cheio de amor. Eu sei que você sabe, que a vida escolheu você pra mim, sorte minha. Sorrio quando sei que tenho colo, abraço e conselhos pra receber quando preciso, teu afeto cura minha dor. Escrever, que era tão facil, se torna mais dificil quando o tema é sobre alguém que é tudo, as palavras não saem com facilidade, tem que ser escolhidas, lapidadas. Sou o que você me ensinou, o que você me explicou, aconselhou, amou. Sou você. E isso é a melhor parte de mim. Me espelho na sua batalha e tomo um pouco dela pra mim também. Seria até tolice dizer que daria minha vida por você, pois você já é ela, meu motivo de acordar de manhã cedo, meu motivo de força e garra, pra ir além, onde você quer que eu chegue. Obrigada, pelo simples fato de exitir, só isso faz meu dia bem mais feliz. E por falar em felicidade, feliz dia do amor, da paz, do conforto, do porto seguro e da melhor coisa desse mundo, feliz dia das mães.

Opostos não atraídos.

Me permita que eu grite quando achar que devo ou que eu faça bagunça, barulho, confusão. Que eu chore, me arrependa e aprenda, me permita dizer o que sinto, o que sou, o que quero fazer e ser.
Me permita ser diferente de você. E ao me permitir, permita-se ser uma pessoa diferente. Chore, grite e se arrependa. Não seja um fantoche, modelo perfeito, seja você, uma vez na vida pelo amor de deus.
Qual o mal de querer ser quem a gente é?
Eu, que persisto sem fé nenhuma, esse é o meu mal, eu, que nem sei quem você é, essa mascara grudada a cara ou a fragilidade que fica atrás dela. E sinceramente? Desisto, desisti de insistir em conhecer você. Deixo esse enigma pra outro, devorada, exausta, magoada. Aliás, foram poucas as vezes em que você não me deixava assim, e pelo descaso, ao acaso achei que você só não soubesse o que era amar, não sabia ser amado, tinha medo, era inseguro. Inventei um milhão de desculpas pra persistir.
A gente desperta, sempre, dos sonhos mais loucos, das ilusões mais profundas. Desperta porque tem que ser, desperta porque o velho "não vale a pena.." mesmo parecendo pequeno, pesa muito. 
Queria poder passar uma borracha, esquecer é sempre o melhor remédio. Não tenho lembranças para serem remoídas nem sentimentos para serem devorados. Tenho um punhado de arrependimento, em tentar te entender, quando nem você se entende.

"Ele técnica, eu metáfora. Ele números, eu palavras. Ele fúria, eu sossego. Ele pedra, eu apego."


Não são muitas as coisas que sei fazer bem
Ou sentir bem
Gosto de olhos nos olhos
Sentimentos estampados
Gosto da realidade atrelada ao sonho
De romantismo barato e de buques de flores
Gosto do cheiro de um perfume forte que gruda na minha roupa
E de mãos com aperto forte
Gosto de falar sobre morte e o medo que ela me causa
E de falar do que ainda não fiz por falta de coragem
Gosto de filmes antigos e de seriados policiais
E de pensar que poderia assisti-los com você do meu lado
Gosto de simplicidade e de conversas francas
De conselhos que sigo e de conselhos que dou
Te lembro, te gosto, e só.
E tenho tido mais desgosto que as coisas que gosto
Talvez eu só esteja amando as pessoas erradas
E acreditando nos discursos errados
E amando por uma razão mais errada ainda,
Esquecer você.

Diálogos aleatórios.

Tarde fria. Chato pra escolher roupa, chato pra sair de casa e chato pra esperar, praça com céu aberto, pingos de chuva molhando sem parar o cabelo que antes estava seco. Barulhinho de ansiedade. Estomago revirando.
- Oi! - disse todo engraçadinho.
- Ei.. achei que não vinha. rs
- Não gosto de deixar ninguém esperando, foi mal.
- Acho que posso te perdoar, haha.
Só perdoei porque o pedido de desculpas veio acompanhado de beijo na testa.
- Er, não sei bem o que começar falando com você. - A timidez viraria um charme.
- Pela internet é mais fácil ter assunto..
- Não tem a mesma graça.
-Uhum.
Silêncio constrangedor. Por um momento desejei estar em casa e nunca ter estado ali.
- Você tem medo de morrer? - ele perguntou baixinho..
- Oi?
- É, medo de morrer..
- Eu não penso muito sobre isso já que é a ordem natural das coisas. Você tem?
- Tenho medo de não viver.
- Você já vive não?
Me arrependi profundamente de ter falado isso em voz alta.
- É que sei lá, a gente podia durar pra sempre..
- O infinito é meio questionável.
Silêncio outra vez. Um silêncio que pareceu durar séculos.
- Leio as vezes o que você escreve. - me atrevi a quebrar o silêncio.
- Me envergonho.
- Você só é meio meloso, romântico demais pro meu gosto.
- A graça das coisas está ai. Sem amor as pessoas não são nada.
- Amor traz problemas. Na verdade, nem acredito que exista.
- Pois bem, parece que temos uma cética aqui. haha
- Não sou cética... Mas amor é um problema, machuca.
- As pessoas criam os problemas, não o amor.
- Er, se ele existisse.
- Ele existe vai. - fez uma carinha de anjinho tentando me convencer.
- Só nos contos de fadas.
- Vou escrever um, vou te fazer a personagem principal.
- Por favor, deixe a princesa salvar o príncipe dessa vez.
- Se eu assim fizer, você acredita em amor?
- Quem sabe?
E nós beijamos. Porque nada melhor que um clichê para combater outro.





Who you are?

Menina calada
Contida
Mantinha silêncio completo
Sobre si mesma.

Surpreendeu-se
Quando abriu a boca
E disse verdades para outros
Verdades que refletiam em quem era ela.

Verdades sobre quem somos
Encapuzadas em um narrador
Não, não era você.
Sempre fora ela que precisava ouvir aquilo.

Procurara fazer entender
Repetia seus pensamentos em voz alta
Mudou da primeira pessoa
Mas continuou a mesma.

Tentava de todos os jeitos
Acordar de sonhos profundos
Mas se mergulhava neles
Após qualquer decepção.

Chorara assim que se deu conta
Que um dia sonhos são devorados
Não pela vida ou por pessoas
Mas por nós mesmos.









Me afogo em solidão..

Debruçada sobre um par de almofadas olho o celular algumas vezes seguidas, ligo, desligo. Tentativa falha de comunicação, não tinha nada seu ali. Entristeço calada. Ouço música calma, leio um livro de romance, escrevo bobagens em um caderno de anotações. O tempo só passa. Mesma vontade, de conversa boba, de risinho. Mesma vontade de você.
Talvez eu me importe demais, ou não saiba entender, quase nunca sei. Estou em uma confusão absoluta, sem saber o que ler, escrever, ouvir, pra poder passar o tempo que você passa sem mim. Sem saber, escuto o que falam, sem saber, retruco quando me falham, sem saber.. E como doí, doí ser a dor da gente. E doí não saber curar, cuidar. E que a tua dor não ampare a minha.
Me rendo, me culpo, me julgo.. Droga. Não podia ser assim, não podia ser eu quem fazia o papel de boba, acredite, já o fiz muitas vezes. Você é sorrateiro, deixa tudo mais complicado. Oh, a complicação.. junto com ela a vontade de desaparecer, no amaranhado de pensamentos sem nexo, deixo os olhos molhados, nenhuma lagrima cai, me contenho.
"A vida não é uma fabrica de realização de desejos.."A vida não realizou os seus desejos, frustou-lhe na primeira oportunidade que tivera. Machucou-se. E não quer repetir a dose, vê se entendi bem? Somos egoístas. Suponho que agora, meus desejos não ganhem a forma que sonhei que tivessem, decepcionaria-me mais vezes, se você as fizesse. Tem sido muito pra mim também, já não consigo mais organizar as ideias claramente no papel, sentimentos nulos, era a hora. Tirei o dia pra te tirar de mim. -mas você não sai.. mas você não sai..

Augusto,
"Como a esfinge, decifra-me ou devoro-te, tivera medo, não conseguira saber o que se passava em você, tentei, tentara, tentamos. Era metade medo e outra metade coragem. Dessa vez, tinha traços totalmente humanos embora não parecesse um. Coração empedrado. Impossível de se enxergar ou chegar, mais a fundo. Reza a lenda que já o ouviram chorar, a tal esfinge, uns juram ser mentira, era forte demais pra demonstrar qualquer coisa, sentir então. Lenda. Contava sua vida como lenda, mesmo tendo vivido cada detalhe, decepção, morte, sofrimento. Era só o efeito colateral, mesmo que as vezes deixasse que isso ocultasse quem realmente era. Demonstrava e maltratava na mesma intensidade, como se quisesse roubar atenção especial, pensamentos e uma curiosidade desleal, tratava-se de uma curiosa além de tudo, o queria conhecer a fundo, o queria a fundo, dela, uma ameaça a um coração mole, era romântica que acreditava nos clichês, mas, não em conto de fadas. Os clichês da vida real, contava em viver um e escolhera, logo quem, uma esfinge, indecifrável pra ser o seu. No seu final a decifrava, a reparava dos danos e poderiam assim consertar-se. Já que ambas carregavam cicatrizes. Uma exposta e a outra, tão guardada. Eram opostos. E isso não só os atraia, como traia seus instintos mais naturais, repeliam-se, pra bem perto. Nele, o medo de ser encontrado e a vontade de ser resgatado, a descrença que nada daria certo e o escudo de proteção sempre a posta. O enigma a cobrir-se, o ar misterioso, o charme indecente. Perfeitamente errado. Era criatura em forma de criador.
Devorariam-se no fim das contas, já que mal sabiam decifrar-se."
(Em terceira pessoa ou não, você sabe que somos personagens dessa historia.)
                                                                                                                            Ayla.

Catarina.

Tinha olhar distante e a cabeça baixa, chorava baixinho, como se fosse invisível.
Carregava milhares de problemas, tinha um papel escrito no colo e o olhava sem parar.
Se agarrou a um casaco vermelho de lã e chorou um pouco mais.
Nada saia dela, nem os pesos dos problemas, dos olhares, das reclamações.
Queria fugir. O mais longe possível. Imaginava pegar um ônibus quando escurecesse.
Não podia. Sabia que não era sim, por isso choramingava.
Sabia demais. Conhecia a dor e o amor, sofrera antes, agora e sabia que ia sofrer depois.
Pedia abrigo, cuidado, zelo.. Ainda a olhavam torto, não entendiam.
Alguns até riam, dramática, diriam.
Poucos a decifravam, poucos a conheciam, poucos se importavam.
Alguns curiosos. Outros, comovidos.
Não era aquilo que procurava, na verdade, nunca soubera.
Mas tentou, de maneiras tortas, outras erradas.
E se arrependera. Como era de costume.
Mas o que era ela se não uma menina? Humana. Carne e osso.
Uma menina encostada sobre problemas que mal sabia consertar.
Menina moça, encantada, choramingava ainda, sem rumo nenhum.
Tinha nome, forma, jeito... Mas não se conhecia.
Era o que a impuseram, o que foi lhe dito, o que foi lhe feito.
E nunca parara pra pensar que ia se bater com o espelho
O reflexo estranho, desconhecido.
O que quisera ela refletir?
Um choro.
Sentia-se triste. E só.

Amor curto, saudades longas.

Tenho tanto pra dizer e tenho dito tão pouco.
Tenho procurado por você nas horas de descuido.
E nas horas que cuido pra não lembrar, você também esta lá.
Perco o rumo quando não me lembro de tudo.
Mania minha de lembrar só do que me aconteceu com você
Memoria seletiva. Deixando só o que ainda pode machucar presente.
Não me incomoda mais, acostumei-me com a saudade.
Sempre estava presente.
Ou seu nome ou o nosso termo "saudades",
Porque era a única coisa que eu conseguia sentir
Saudades, repetia.
Mesmo sem saber do quê.

Te levo além do que se vê..

E dentre um mar de coisas ruins me apareceu você
Não foi difícil de perceber que seria diferente
E que um completaria o que o outro não tinha
Ou escondia por medo de não ser o certo.

E eu te disse que você era cego e que não (me) enxergava
Nada foi mais como antes, mesmo que eu tentasse
E fugisse das suas perguntas, mas que diabos,
Por que você não vê?

E como eu espero que chegue o dia em que seus olhos saiam do que já são acostumados a ver
Que você vá mais além, até me encontrar.
E que finalmente eu possa parar de me esconder em meio a multidão
E viver, investir, libertar.. são novos verbos, mas tenho medo de tenta-los.

A ilusão me fez acreditar que eu pudesse mudar pessoas
Acredite, tentei. Talvez eu não seja boa com essas coisas
Ou você cabeça dura demais. E além de ver, não escuta.
Aliás, qual dos sentidos você também não tem?

Perdi todos com você. Os meus. Você rouba tudo de mim.
A minha parte preferida, é quando me rouba um sorriso
Mas tem dias que me rouba lágrimas, acostumei-me.

Talvez eu já não saiba viver sem você.
E esse talvez seja meu perigo eminente
Esse e o meu medo de te perder
Quem sabe, você me completa demais pra me desfazer assim.

Não adianta, repeti por fim, exausta de brigar comigo.
Não abrirei seus olhos ou te farei escutar
Já te dei tudo que podia te dar, te falei tudo que podia falar
Me doei. E me doí até agora.















O meu defeito é ser tão sua..

Bati o portão enferrujado a minhas costas com força, talvez tivesse sido a raiva falando por mim. O sol estava em pino, uns quarenta graus sem exageros, a roupa que eu usava estava praticamente grudando no corpo, irritando. Tinha saído de casa praticamente enfurecida, tinha escutado coisas que não merecia ouvir, ou pelo ao menos não agora. Saí pra espairecer, fugir, me encontrar sozinha. Não fazia a minima ideia para onde ir ou o que fazer. Peguei um taxi. Me encontrei de frente a sua casa. Quem mais poderia me ajudar?
- Oi.
- VOCÊ SAIU DE CASA?
- Engraçadinho.
- É estranho ué. Achei que você estivesse sendo torturada pra não respirar os ares de fora das suas janelas.
- Torturada por quem? Moro sozinha se você não se lembra.
- Você me lembra isso todos os dias.
Me sentei, tinha um ventilador quebrado nas pontas que ainda girava, pensei em fazer um comentário sobre ele mas Michael podia não gostar.
- O que te faz sair de casa?
- Sei lá.
- Você e seu "sei lá" que pensa que responde tudo.
- Mas responde e ainda não me compromete.
Eu adorava responder com incertezas, não me fazia pensar e nem precisava me abrir ou falar dos meus sentimentos, nunca faço isso, aliás.
- Dor de cabeça ou de coração?
- Os dois.
- Apaixonada Julie?
- Paixão é para fracos, bobo.
- Fragilidade faz parte de ser humano.
- Seja fraco você então.
- Seria fraco com você.
Fiz-me de desentendida. Mesmo que ele quisesse dizer o que sentia e mesmo que indiretamente, eu quisesse também.
- Não te entendo, nunca.
- Você quer mesmo saber não é?
- Acho que você também quer que eu saiba, você veio até a minha casa não veio?
Desabei. Em todos os sentidos que a palavra alcance.
- Não sei o que fazer em relação a augusto, se o espero, se desisto, se me canso, se me permito, se falo o que eu sinto, se...
- Ainda nisso?
- E quando que não estive enrolada entre tentar e desistir?
- Acho que no dia que você tiver certeza nunca vai querer desistir, você é certa demais pra pessoas erradas demais.
- Mas não dizem que os errados nós levam aos certos?
- Sua cota dos errados chegou ao fim faz tempo, juli.
Hahahaha. Só você mesmo. Quantas vezes passei por isso, alternando entre insistir sem fé nenhuma ou desistir sofrendo por saudades. E quantas vezes estive nessa mesma conversa, com a única pessoa que entendia.
- Queria que a cota dos certos chegasse, isso sim.
- Se você parasse de procurar e se deixasse encontrar.
- Mas quem procura não acha?
- Eu já te encontrei só falta você se encontrar.
- Você é frágil demais.
- Quando digo que você me completa.
Disse que precisava ir e agradeci pela conversa e por ele ser tão meu. Ele riu e disse que só faltava eu ser dele também.
Me senti destruída na volta pra casa, agora o clima era frio e eu me sentia assim também, como se viver com o peso que eu podia ter felicidade nas mãos fosse complexo demais e me arrastar por relações que nunca vão dar certo, fosse mais fácil. "O meu medo de te perder me faz não querer que a gente se encontre" tive vontade de dizer tantas vezes e me calei. Porque havia muito a ser dito e muito a ser sentido. Mas foi tudo guardado por medo. Mesmo sabendo que ia me arrepender depois, guardei o amor que eu nunca saberia te dar.

Entre um bolo e outro

Chapeuzinhos, bolos e velas. Me arrisco a dizer que aniversários são um pouco mais que isso. É a época em que você vê quem realmente te importa e que vai ficar por um bom tempo na sua vida, ou ate, quem não se importa ou muito menos faz parte dela. É a data em que falamos o que sentimos, esperando os que sentem se abrir mesmo fechados. Por mim seria assim todo dia, tantos sentimentos escapam sobre a brecha que se da ao medo, a correria e antigas falhas. A gente sempre espera que o desejo ao soprar a vela se realize ou que um grande texto de amor venha a tona. A gente realmente espera. Uns esperam ate o próximo ano, outros, desistem. Pessoas não foram feitas pra cumprir expectativas. Ainda não desisti, sentei exausta, metade feliz e outra metade meio querendo deixar pra lá, que ano que vem invento desejo melhor, ser feliz não cola mais.

"Isso é o que o amor faz.."

Poderia escrever sobre todos os sentimentos mais tristes do mundo
Mas desde que você chegou não os sinto mais.
Poderia descrever a dor de uma saudade longa e antiga
Mas desde que você chegou não a sinto mais.

Poderia escrever sobre todos os meus amores perdidos
E as marcas que cada um deixou pra trás
O amor esse tão curto
Faz-se tão longo no esquecer.

Poderia descrever como os dias mudaram
E como tenho esperado tanto para que você também não parta
Levando tudo que eu jurei viver
E como outras vezes doeu também.

Desde que você chegou o tempo parece diferente
Ou talvez sejam só reflexos de alguém que se encanta facilmente.
Desde que você chegou o passado parece tão distante
Que nem me esforço a alcança-lo

Escrevo tentando entender o que sinto
Descrevo o que você me faz sentir
Desde que você chegou aqui
E arrisquei, medrosa, pensando em desistir.



Minha fuga.

Queria perder a consciência em um ato desesperador pra te esquecer. Tenho a consciência do que realmente significamos mais e que nunca vai ser possível, tenho a consciência que nosso beijo não se encaixa e nossas cabeças não se batem. Sei demais, fiz demais, amei demais. Nunca vou aprender a lidar com a dor de se perder. Quero perder a consciência pra que de algum modo você suma de mim, quero voltar pra época em que não era grande o seu significado pra mim. Queria que você visse, como eu vejo. Me amasse, como te amo. Acordasse desse sono profundo, como eu acordei hoje. Eu não posso admitir que você sempre foi meu grande verso, minha poesia completa e a rima que se encaixa com tudo. Me perco sem você. Queria perder minha consciência. E sei que mesmo assim, você não sairia de mim, meu coração também é seu. Acorda... repito de novo, mas você não ouve.

Oh, oh, trouble, trouble, trouble...

A mesma música ecoava pelo quarto, uma, duas, três vezes seguidas, mantinha minha cabeça deitada sobre o colchão duro, a cabeça reclinada e os olhos se esforçando pra ficarem abertos. Me sentia hora perdida, hora encontrando-me de novo naquilo que tinha me feito deitar tão cedo, o corpo pedindo arrego e os sentimentos atenção.  Parecia que tudo estava errado ultimamente, as falas, o meu jeito, as pessoas. O mundo realmente está ao contrário. E ninguém reparou que me sinto assim também.
Eu hoje joguei tanta coisa fora, apaguei tantos contatos e conversas, amassei fotos, briguei com gente que eu achava que nunca ia perder. Hoje, joguei meu passado fora. E tanta gente, memórias e saudades foram com ele, tantas partes de mim. Vi meu passado inteiro passando por mim. E eu indo junto. Senti vontade de voltar atrás, de tentar continuar presa, me sentindo parte de algo.
Mas agora já foi. E já era. Preciso de coragem, de ânimo, novos amores. Uns errados que me ajudem a encontrar os que sejam certos. Menos desistências, menos sentimentos guardados, menos mágoa, menos moinha. Um novo começo. Um que não sei se vou ter coragem de viver, mesmo que bata a minha porta, um começo que vou a trancos e barrancos. Uma nova história, sem rouquidão, sem que meus sentimentos não sejam significativos. Só não peço que eu seja nova também, nasci assim, meio a torto e meio a direito e também quero morrer assim, mesmo que ainda possa mudar um pouco, tem traços que são definitivos.
De novo quero um coração. Com menos arranhões, menos falhas, menos curativos. Com mais coragem, mais vontade e persistência, que se abra não pela metade, o quero por inteiro. Que ame e desame quando achar necessário, que não se magoe por tão pouco e que saiba julgar por merecimento quem entra ou quem sai.
Essa utopia de realmente achar que pode mudar o que vem com a gente, essa teimosia, os erros, a pressão do que estamos em volta. O mundo espera de você. As pessoas esperam por você. A cidade não para. Nem as luzes se apagam. Ou se vive agora ou nunca sai de si mesmo. Decidi mesmo que com a cabeça sufocada em um travesseiro, chorosa, que é agora. Hoje ou nunca. Já errei. Ninguém pode mudar tão radicalmente. Abaixei a cabeça de novo. Meu problema não tinha solução. Tinha só, meu soluço.

Sentir para ser.

E quando o coração fica tão apertado dentro do peito que some?
Some para esconder o que muitas vezes sente
Some para que não se sofra, para que não se sinta.
Então o que somos senão fingidores?
Fingimos ao esconder a dor que se sente.
Esconder para que não magoe nem se fragilize.
O que somos se não ocultadores de nós mesmos?
 Nós podando a cada instante
Fazendo que coisas antigas permaneçam vivas,
Coisas antigas não machucam mais, não surpreendem.
Se conhece o final e nele se sabe o desfecho.
Não parte o coração ou nós parte no meio.
A coisa mais difícil desse mundo é recomeçar.
Do zero ou pela metade.
É preciso investigar novas verdades,
Se arriscar.
Não devemos esperar que entendam nosso amor
Ou que compreendam nossa dor.
Mas esperamos.
Somos fingidores.
E não só de nós mesmos.
Nós fingimos porque é sempre mais fácil acreditar no que se cria.
A realidade devia ser um sonho.
E eu, me despertaria.

Rabisco de saudade.


Eu só sentia a sua ausência nas horas de descuido, entre uma lembrança boa e outra ruim.
Eu só sinto sua ausência em momentos que eu precisava de você aqui.
Eu só sentia a tua ausência quando nada me encaixava mais perfeitamente.
Eu só sinto sua ausência quando lembro que você se foi.
Eu só sei sentir a sua ausência quando o dia escurece e as pessoas se vão, quando fico comigo.
Eu só sentia sua ausência quando seu nome vinha a tona.
Eu só sinto a sua ausência quando me enche de saudades.
Eu só sentia um aperto no coração mas agora os sentimentos variam.
Eu sinto a sua ausência quando meus olhos me escapam e meu coração amolece
Eu sinto falta de você aqui.
Eu SINTO e SENTIA, presente e passado, atrelados.
Eu só sei sentir sua ausência,
Já que não soube sentir você.

Com quantas esperas se faz uma vida?

As esperas demoram o dobro de tempo que tenho pra perder
A espera do que espero de você
A espera de desejos que não vão acontecer
A espera que me corta em pedaços.

A espera pra poder ter
A espera que eu volte a ser
A espera que tudo se ajeite
Ou a espera da cura da dor deixada por alguém.

A espera que você entenda meu amor
E a espera que eu entenda o que sou
Ou o que me tornei
A espera de que o dia que se foi, volte

Esperando coisas que não terei
Ou não serei
E me iludindo em um mar sem fim
Que as coisas se resolvem fácil assim.

Anabel sempre me procurava quanto tinha problemas. Ou precisava de conselhos. Nunca havia me contado nada feliz, já que sem problemas não precisava de mim. Isso as vezes me decepcionava, mas já tinha me convencido que era o jeito dela. Nós encontramos esses dias e ela disse que ia casar. Me senti desapontada pois quando ficou noiva eu não soube ou quando ela e o noivo que não conheço se desenrolaram. Fui pra estação de metrô. Me imaginei tirando fotos das pessoas, como fazia sempre. Cumprimentei alguém que não conhecia só pra ver suas faces estranhas se esforçando pra lembrar quem eu era. Ficaria feliz se lembrassem, assim podia eu, saber quem eu sou, além do que os que me conhecem vem. Sentei ao lado de uma mulher de cabelos brancos, pensei em fazer o mesmo com ela, mas tinha um olhar perdido.
- Bela lente de contato.
- Não uso lente. São verdes assim. - Retruquei, ofendida.
- Invejo teus olhos moça.
A mulher de cabelo branco passou de observadora a assustadora.
- Eu não sei o que te responder.
- Sempre causo isso nas pessoas.
- Convencida também?
- Tens o coração meio amargurado né?
- A senhora não me conhece.
- Seu olhar me diz muita coisa, por isso perguntei se eram lentes.
Era uma velha louca. Lucidez? Não tinha nenhuma.
- Não estou amargurada.
- Você não tem um amor.
- E o que isso implica em amargura?
- O amor compensa a vida.
- Você teve um pra compensar a sua?
- Estou sentada aqui a 3 horas, rodo o dia inteiro, com o olhar perdido. Você acha mesmo que eu encontrei um amor?
- Acho.
-  E o perdi. Pra sempre.
- Você acredita em vida após a morte?
- Você é especial.
E em poucos segundos relatei toda a minha vida pra senhora. E como eu esperava que alguém ainda me roubasse de ser quem eu era e me transformasse. Ela disse que eu só tinha que me permitir. Acatei o conselho. Algum dia ainda vou passa-lo á Anabel.
E quando são as poucas vezes que não sinto a tua falta?
E quando te peço, porque não vem?
E as nossas memórias mortas?
Guardou as minhas feições? 

Tento me ocultar das respostas
Pra não abrir os olhos
E despertar do sonho de te ter pertinho 
Tão quietinho a sussurrar meu nome.

Parece tão real quanto a dor de dentro da gente
De quando amar tinha significado
E amar e ser amado
Ainda era idealizado. 



Nem tudo são flores

A maior verdade é que você nunca vai poder fazer nada sem decepcionar alguém. Sem partir um coração. Sem quebrar uma promessa. Na dor se aprende, se conforma e sofre. Sofre pra aprender. Pra tirar algo que estávamos acostumados. Uma presença. Um cheiro. Uma conversa. Se tira o sorriso. Se colocam as lágrimas. Se tira a presença. Se coloca a saudade. E se aprende enquanto a ferida ainda machuca e ainda mais quando é cicatrizada, tenta-se não cometer o erro de novo, mas quem não erra não vive. É diferente de passar por cima do erro, voltar pra quem te magoou, essas atitudes irracionais, que se faz com o coração. Quem decepciona uma vez e tem de volta, recebe uma nova chance, de fazer de novo, de te fazer chorar de novo. Pode ser falta de fé nas pessoas, já que a existe o pedido de desculpas e o arrependimento. E aliás, arrependimento não conserta nada. E as lágrimas continuam a cair. Pela décima segunda chance. Me prometi. Não tem mais. Acabou. E eu estou acabada.

"Ao infinito.. e além, muito além.."

A falta de infinitismo me incomoda. Nem sei se essa palavra existe. Mas ele me cabe perfeitamente. Sempre quero saber o que me pode acontecer, hoje, amanhã, daqui um curto espaço de tempo. E quando nossa única certeza é que um dia, tudo tem um fim? É angustiante. Perde-se muito todos os dias, perdem-se pessoas, perdem-se amores e perdemos momentos que ficam pra trás. E quando nós perdemos? Quando deixamos de ser? Em um fechar de olhos, o escuro eterno. O relógio não comanda mais. Ele foi parado. Quem o parou? São perguntas infinitas em um tempo que ou se aceita ou se enlouquece. To tentando aceitar que um dia o que eu mais amo vai embora. Que os ossos vão ser mais pesados. E a alma mais leve. Mas não quero que levem de mim, que me arranquem um pedaço, quero ir junto, se preciso for. A ignorância é um presente. Não saber o nosso próximo passo, ou nossa próxima vida ou o próximo personagem que encenaremos. Porque se a gente já foi um dia, não deixa de ser, nunca. A vida não acaba com um breu ou com o pensamento silenciado. Recomeça. E lá vamos nós, retroceder a feto, já sendo (e sempre sendo) alguém.
O problema não é coração partido. É coração que tem medo de se partir. É coração que não gosta de arriscar. Coração que não se permite. Prefere ser sozinho. Veste uma armadura que nem o mais charmoso dos guerreiros é capaz de ultrapassar. Coração medroso. Bobo. Covarde eu diria. Prefere ser sozinho. A decepção não vem para aqueles que não se permitem apaixonar. Coração sem cicatrizes. Sem primeiro amor. Sem marcas profundas. E principalmente, sem lembranças.
Coração precisa chorar, precisa sangrar. Precisa ser partido ao meio e rasgado bem fundo. Coração precisa aprender a cicatrizar sozinho. Precisa superar decepções. Coração tem que aprender se despedir. Coração tem que ser enganado por algum idiota. Coração precisa se iludir. Precisa sonhar. Precisa ficar noites insones planejando diálogos que nunca acontecerão. Coração precisa deixar um pedaço de si a cada pessoa que deixa no passado. Coração precisa caçar as borboletas do estômago. Precisa brigar com o cérebro para que ele o permita fazer uma burrice. Coração precisa bater forte. Precisa acelerar. Precisa se emocionar ao escutar uma música. Ao sentir um cheiro. Aquele cheiro. Coração precisa sentir saudade. Precisa lutar contra o orgulho. Precisa esperar uma ligação que nunca vem. Uma mensagem que não diz bem o que ele quer ouvir. Coração precisa pedir ao cérebro que sorria sem vontade. Que diga que está tudo bem quando não tem nada dando certo. Coração precisa parar por uns segundos. Precisa esquecer-se de mandar ar para os pulmões. Coração precisa surtar. Ficar louco. Gritar alto suas mágoas para o mundo. Insistir. Desistir. Dizer que não acredita mais no amor. Que não acredita mais em ninguém. Coração precisa dar um tempo para cicatrizar. Arrumar a bagunça. Limpar a poeira. Mas acima de tudo, coração precisa aprender a recomeçar e se permitir ser roubado mais uma vez. Só mais uma vez.

          Isabela F.

"Além de bombear sangue, bobeia a gente."


Caixinha de surpresa essa
Guardada do lado esquerdo do peito
Faz amar e esquecer, na hora que bem entender
Não escuta as horas que choro
Não escuta as horas que grito
Não me escuta.
Teimosa, quer mandar em si mesma
Quer amar quem quiser
Sentir saudades de quem quiser
Quer sofrer e quer viver
Quer amar e não quer parar de bater
Oh, coração
Irei petrificar seus efeitos
Guarda-lo de forma que ninguém ache
Pra poder salvar-me de mágoas
Salvar-me de me apaixonar
Perdidamente
E literalmente
Pra me perder
Quando você decidir
Que é hora de partir.
Estava escuro e a água quente tentava - sem sucesso, limpar tudo que eu estava sentindo. Me sequei e sentei na cama. As luzes apagadas. A vontade de sumir aparecia a cada vez que me lembrava de tudo. A vontade que eu tinha de só deitar e deixar que meus olhos respondessem por mim, molhados. Que meu corpo me desse uma arrego e a consciência  um momento. Mas os pensamentos vinham aos montes, machucavam e em outras horas decepcionavam. Eu já deveria estar acostumada e tentava me convencer disso, nada nunca acontecia certo, era uma mudança repentina, uma falta de sentimento, uma ilusão.. E agora, o que é? Eu não tenho certeza, mas o que quer que ia ser, tive o prazeroso momento de matar tudo. Te fiz engolir o café e não minhas palavras. Te fiz esperar tanto. Te deixei. Mas é que é tudo muito novo pra mim, não faz sentido, passo as minhas noites de pijama vendo filme, passo minhas noites rindo e me divertindo sozinha. É o que eu sinto, eu não sei lidar. O novo assusta. O desconhecido pode decepcionar. É tudo muito grande pra processar tão rápido. Talvez nenhuma das palavras aqui façam nexo pra ninguém, mas eu sei que pra você vai fazer. Eu sei que eu não quero te perder, nem te deixar. Eu sei que eu sou confusão e o problema que você não precisa, mas eu não quero deixar isso morrer, como tantas outras vezes. Tenho vontade de desbravar muita coisa que escondo em mim, muita coisa que ninguém conhece ou sabe. Abrir feridas antigas. Apagar memórias mortas. Coisas que não me fazem bem. Tenho vontade de re-arrumar minha rotina, os cabelos e quem sabe o coração, se você me ajudar, eu topo tudo. Fico de bem com o relógio e prometo chegar, na hora que você me chamar. Só não vai embora. Sorri de novo pra mim e eu sei que vai ficar tudo bem. Vai ficar até que eu estrague tudo. Mas sei que ainda podemos rir juntos, de todas as trapalhadas que a vida coloca pra gente viver, todos os choros que faz acontecer e os sentimentos que ela faz nascer e entre outras morrer.
O celular vibrou. Não tive a minima vontade de pegar até ler seu nome na tela.
- Você é o maior problema que me meti nessa vida. Mas se não fosse assim, me arrependeria de ter te encontrado.
Sorri entre todas as lágrimas, a luz continuava apagada e os sentimentos eram os mesmos. Mas agora eu sabia que você entendia e sentia o mesmo.
- Sou o problema e você a solução.
E aposto que ele riu, com aquele sorriso lindo.

Antiguidades guardadas em mim.

Limpei tudo que estava fora de mim.
Não posso limpar aqui dentro
Não agora que tirei o pó das nossas histórias
O pó da memória
Que te escondeu do tempo
Pra não levar-te embora
E não me deixar sem acalento.
Você faz parte de mim
Não serei eu se não sentir saudades suas
Melancolias que não passam
Dias que vêm e vão
Mas não me tiram
Lembranças que me prendem
a teu amor
O amor que se eternizou
Se lembrando
Dia a dia
O amor que morreu
E foi enterrado comigo
Um peso que carrego
Um choro que espero
Um adeus que não aconteceu.

Mas um dia vai ter que ir
Não hoje
Nem amanhã
Eu ia sentir falta
De lembrar
E ia sentir falta
De ser só mais alguém
Sem amor
Ia ter que recomeçar
Ia ter que amar de novo
Pra depois perder
E ia doer do mesmo jeito
E eu ia lembrar da mesma forma
Por ter-me conquistado do mesmo jeito.

Poderia agora jogar tudo isso fora
Esquecer os detalhes
Mas nem se quisesse tanto
Que me forçasse a não lembrar
Nas horas inevitáveis
Você me invade
E saudade
Coisa tão triste
Vem tão querida
Que preenche
O vazio que falta
O vazio que corta
O vazio que fica
Quando você vai
E não me leva.

E se a vida fosse uma fotografia?

A vida é uma fotografia. E cada um faz seu filme com as fotos que quiser. Tem fotos que ficam amareladas, guardadas na memoria, as tal fotos lembranças. Tem as fotos rasgadas, amaçadas em que seu rosto foi arrancado há muito tempo. As fotos novas, em que parecemos mais felizes que somos. As fotos que não são nossas, de momento que não vivemos, mas gostaríamos de ter. As fotos perdidas, as que não foram tiradas, as fotos que se arrependeram de terem sido reveladas. As fotos de amor, os casais, o primeiro beijo e os encontros. A foto família, o choro do primeiro filho. A foto luto, a perda de um grande amigo. A foto borrada, que não nós lembramos de ter tirado. E todas as fotos juntas, que constituem que a gente foi, o nosso álbum, as coisas vividas e eternizadas no clique. A vida é tão curta quanto o filme que sobra na câmera, então não o desperdice com fotos ruins. Faça algo que você possa se orgulhar de ter tirado. Ou ter vivido.

O teu eu.

O que será de mim se ficar assim, por mais tempo
O que será de mim se não conseguir
Evitar que você me invada
Evitar criar morada
Pra depois partir.
Oh, o que será de mim
Sem você aqui.
O que será de mim sem você?
E o que irei fazer quando você se for
Por um longo tempo, eu não sei
Vai ser pra sempre?
Você me enche de dúvidas
E de amor, entre outras.
Eu não quero que você se vá
Mas você diz que eu não entendo
Que você precisa
E eu digo que preciso de você aqui.
Vem pra ficar e não larga mais de mim
Vem pra ficar e não faz assim
O que será de mim sem sorrir pra você?
O que será de mim sem ser assim,
sua, tão sua, só tua.

Por onde andei?

Amor eu sinto a sua falta
E a falta é a morte da esperança
Como um dia
Que roubaram o seu carro
Deixou uma lembrança.
Que a vida é mesmo
Coisa muito frágil
Uma bobagem
Uma irrelevância
Diante da eternidade
Do amor de quem se ama.
[...]
Por onde andei?
Enquanto você me procurava
E o que eu te dei
Foi muito pouco ou quase nada
E o que eu deixei?
Algumas roupas penduradas
Será que eu sei?
Que você é mesmo
Tudo aquilo que me faltava..
                                                                        Nando reis.
Eu espera poder me evitar, todos os dias pedindo que você não me atingisse, fugindo de mágoas e arranhões, fugindo de qualquer coisa nova e desconhecida, evitando qualquer contato que desse em faísca ou em qualquer coisa que balançasse os sentimentos. Me evitei e me prendi. Me aguardei sem nem sentir. Não precisava sentir, era palavra descartada. E você bagunçou tudo, todos meus planos de não amar, todos meus planos detalhados, minhas análises do futuro. Você vem como não quer nada e me arranca um sorriso de não se querer mais tirar da cara. Você vem como não quer nada e me faz querer tudo. Me tirou de mim e me colocou em você. Nos sonhos mais escondidos, nos pensamentos mais guardados, eu já havia imaginado tudo isso. Eu já tinha idealizado até poder fazer acontecer. Poderes invertidos pra realidade. Assusta. Pra dizer a verdade eu estou bem assustada, eu não faço ideia do que vai acontecer amanhã ou quanto vai durar, não faço ideia do próximo passo ou de qualquer pensamento seu. Mas essa não é a graça? As surpresas, as borboletas adormecidas voltando a ativa, os abraços demorados e os olhos fechados, pra sentir, apenas sentir. Eu não sei o que iremos ser e nem como o tempo vai estar amanhã, não sei se virará lembrança e uma saudade molhada, se um dia qualquer vestígio seu vai ser apagado ou se vai durar pra sempre. Eu só não sei. E é tão reconfortante não pensar nas consequências, nos futuros, nas premeditações. Nem se eu quisesse pensar em outras coisas não poderia, você me invade. E só vai ficando cada dia mais difícil tirar você do pensamento.

"amargura s. f. 1. Uma amargura. 2. desgosto ou tristeza, especialmente por não satisfazer uma necessidade ou um desejo: lembra amargamente."




Amar.Gura

As manhas eram cinzas. As tardes sempre se tornavam escuras e longas. A noite se encontrava deitada pra não pensar em nada, pra deixar os pensamentos irem embora, em uma tentativa frustrada de sono. As vezes algumas lágrimas escapavam entre uma fresta de sentimentos e outra. A maioria dos dias vem passando sem graça, cinzas. Tudo era tão bom desde que você chegou. As coisas tinham graça. O céu até outro tom. O relógio bate em um tic toc que desconheço, lento como nunca. O tempo se passava tão rápido contigo, talvez por eu nem nota-lo. Espero que os dias corram rápido, que as noites passem voando, contando que você torne a voltar. Ou contando que tudo seja um pesadelo e que em um piscar de olhos tudo esteja como antes. A vida corre em passos lentos de modo que não consigo mais acompanhar, a rotina perdeu a graça e a casa está mais vazia que nunca. O cachorro fica cheirando todo espaço que você já ocupou. A cama ainda esta feita pra dois. Mesmo que eu durma sozinha. Tudo grita pra que você retorne. Uma pena que você não possa ouvir.

(Re) Começar.

Te deixo agora
Cheia de promessas compridas
Com dúvidas resolvidas
E planejamentos feito.
Te deixo agora
Segura que era o certo
Sem duvida que o afeto
Nunca morrera.
Te deixo agora
Sem lágrimas
Deixo pra trás
Qualquer lembrança
Boa ou ruim.
Te deixo agora
Mesmo você achando ruim
Mesmo implorando pra ficar
Te deixo agora
Arrependida por não ter feito antes
Sem saudades antecipadas
Ou arrependimentos
Te deixo agora
Nas lembranças
Que não serão lembradas
Nas saudades
Que desapareceram.
Te deixo agora amor
Pra poder ser outras coisas
E sentir tantas outras.
Sim. Estou te deixando pra trás.
Como eu disse que faria todos esses anos
Já se passou tempo demais pra choramingar
Minha vontade não se limita
A te relembrar.
Te deixo agora amor
Com medo
De nunca parar de te lembrar.

Ps. eu te amo

Lisboa, 5 de maio de 2007
Para marina.
"Meu coração tinha desacelerado. Meus olhos lacrimejavam e eu resistia a não chorar. Como pode acontecer isso com a gente? Como a gente pode deixar, deixar que a vida só empurrasse toda nossa relação pra de baixo do tapete, como se faz com sujeira. Como a gente pode dormir sabendo que todo dia, um morre no outro, um se torna um estranho a cada "você sumiu, apareça". Me faça aparecer, me mostre que sente minha falta e não deixe isso morrer. Não é assim que funciona, você ia me dizer.
Se você não da o primeiro passo, como eu vou saber o caminho? Eu só ando tentando tanto e acabando em nada. Nada diferente, nossa relação só afunda mais quando tento puxa-la pra cima. Conversas vazias, abraços rápidos e sem beijo de despedida. Onde é que vinhemos parar? Talvez nem tudo possa durar pra sempre, nem o que parecia eterno. As coisas tem que encontrar seu fim, seja durante a vida ou a morte. Talvez seja inevitável os afastamentos, as perdas, as mágoas. Talvez tudo que eu precise é aceitar. Mas eu não quero me conformar em te deixar partir, não quando ainda existe tanto de você pra ser vivido em mim. Não quando além de aceitar, a gente possa mudar os fatos, as estatísticas e quem sabe até a física. Podemos sim, ocupar o mesmo espaço, os dois corpos. Os dois, unidos. Outra vez. Pois se sempre fomos assim, o que nós fez mudar agora? Não consigo mais suportar o vazio que fica quando você vai e não me leva, as lágrimas que você provoca por ir embora ou as esperanças que se perderam na nossa causa."
Ps. Eu insisto que você me responda. E não em chame de dramático e nem torça o nariz. Eu te conheço.  
Pps. Marina, só entende que eu sinto sua falta. Como eu nunca tinha sentido nada igual. Agora eu sinto sua ausência. E machuca. E como machuca.
Volta logo pra mim,
   Com amor
                      Joy."

Passagem pro amor.

- Primeiro dia do mês hein?
- Er.. - me sentia desconfortável e apertada na cadeira do avião.
- Indo pra algum lugar especial? - Tinha um sorriso malicioso, como de quem esconde segredos.
-  E que lugar não é especial?
- Verdade menina.. Mas que lugar especial você ta indo?
- Casa dos pais. Voltar pra casa.
- Ah.. Não vai me perguntar se eu vou a algum lugar especial não?
- Perdão, to meio aleatória. - Agora eu me sentia estupida.
- E não me perguntou de novo. Ta realmente no mundo da lua. O que houve?
Ele tinha acabado de me irritar profundamente.
- Você deve realmente ir a algum lugar importante pra querer tanto que eu pergunte.
- Gosto do seu jeito.
- Mas tem menos de três minutos que começamos a conversar, você não conhece meu jeito.
- Posso dizer que você demora a se abrir com as pessoas, posso dizer que você não vê a hora de chegar em casa e que eu cale a boca também. Já é muito.
- Hahahahah, a terceira coisa é a mais certa.
Ele realmente me fez rir.
- Juro que me calo se você me perguntar.
Mas que diabos esse homem quer comigo.
- Que insistência! Vai a algum lugar especial?
- E que lugar não é especial?
Franzi a testa.
- Você fica ainda mais bonita enfezada.
- Você não respondeu minha pergunta.
- Eu ainda não sei seu nome.
Juro que não o respondo mais.
- Carol.
- Carlos.
- Não perguntei.
- Mas sei que você queria saber.
Fincou-se um silêncio de aproximadamente 15 minutos, o irritante da cadeira ao lado tinha pego um livro ou coisa parecida, minha língua coçou-se diversas vezes pra falar alguma coisa, mas não podia dar a ousadia de falar antes dele.
- Ainda quer saber pra onde eu vou?
- Se você faz tanto mistério deve ser algo no minimo interessante.
- Vou encontrar minha namorada e pedi-la em casamento.
Droga. Por um momento eu achei que eu e o insuportável pudéssemos, eu sei lá.. Ele foi tão engraçado, achei que iamos descer do avião, ele me chamaria pra tomar café e me deixaria na casa dos meus pais depois de trocar nossos números. Eu tinha gostado tanto dele. Me sinto decepcionada. Decepcionadíssima.
- Esconda sua cara de decepção.. Hahahaha - Se deliciou em um sorriso lindo.
- Não entendi..
- To indo pra casa, onde moro só, voltando de uma viagem a trabalho.
- Continuo sem entender. Por que mentiu?
- Pra ver o que se estamparia em seu rosto, decepção ou surpresa.
- Pelo que sei minha face continua amena.
- Pude medir que você gostou de mim.
Tossi envergonhada.
- Gostei ainda mais de você Carol.
Sorri brandamente sem esconder o quanto ele tinha me surpreendido e quanto eu tinha gostado que ele tivesse percebido e prestado atenção em mim. Reclinei a poltrona pra que pudéssemos conversar mais.

"A vida é um sopro.."

Foi tão surpreendente ver você parado a minha frente depois de tanto tempo e absolutamente do nada. Foi surpreendentemente o fato que não mexeu comigo em nada. Isso me fez questionar sobre esses sentimentos com data de validade que a gente tem de tempos em tempos. E como eu ia lidar com o fato que agora eu tinha que simplesmente que seguir em frente sem sentir nada, absolutamente vazia. Porquê você me preenchia, de certa forma, sentir sua falta, mendigar sua atenção e choramingar pelo teu amor foram sempre o que eu sempre fui. E agora mudar vai ser tão estranho... Vai ser tão perigoso e desafiador. Vai ser, mesmo que ainda não seja. E talvez eu só esteja ainda assustada com o rumo diferente que as coisas levaram, pensei que ia durar mais, que ia grudar em você de tanto que grudou em mim. Mas deixar pra lá, também faz parte quando percebemos que não devia ter sido, mas foi. Que não deveria ter acontecido, mas aconteceu. Ainda posso descobrir muitos outros sentimentos dentro de mim, sem a sua face estampada nelas. Ainda posso escrever muitas outras palavras, sem que você seja o foco. Ainda posso e ainda vou. Só preciso saber por onde começar, é sempre a parte mais difícil  porque quando se começa, a história segue um rumo... até outro fim.

To permitindo que todos os caminhos me encaminhem pra você...

"Tudo bem, nada a reclamar. 
O tempo tem seu tempo pra passar. 
A vida muda, como o vento, a direção. 
E o que passou não dá mais pra voltar não.
Cada olhar, gestos e expressões; 
momentos bons, anseios e emoções. 
Se perdem na fumaça da recordação,
e o que passou não dá mais pra voltar não. 
Vai, canção, me diz então aonde meu amor de mim se esconde.
Está num cinema ou passeia em algum lugar? 
Num bar de Ipanema ou na beira do mar?
Vai saber se às vezes à tardinha, num cantinho, 
assim, sozinha, com os olhos parados no espaço azul sem fim, 
molhando o olhar, sorri pensando em mim."
 
"And how I fell about you, theres no end...
And I'm still with you even when you're gone.."


Eu juro que tentei de todas as formas encher a cabeça de outros pensamentos, de outras pessoas. Mas você sempre volta, tem sempre algo que me lembra qualquer jeito seu. Certas músicas precisam perder a sua cara e certos perfumes o teu uso. Tem hora que precisamos de sossego, saudade demais aperta e não deixa sair mudar. E tem tanta coisa por aí precisando ser achada, tanta gente pra se encontrar, outros cheiros pra sentir e outros corações pra amar. Pode demorar, quando eu me sentir vazia você pode voltar, quando eu querer um colo sei que o seu vai ser o que eu vou me lembrar. Mas como não? Foi o único  Preciso mesmo é sair dessas cortinas que me cobrem, ganhar e perder outros amores por aí, sentir saudades diferentes, de coisas diferentes. Mudar os ares, minha avó diria. Mas fazendo tudo igual, todo sando dia, querendo mudança não ta sendo muito justo, por isso to me dando um tempo. To deixando chorar por você. E sorrir também. Deixando o coração correr de lembrança a lembrança, na tentativa que ele se canse... 

Past.

Descobri por um acaso o teu diário
Descobri por um acaso o teu amor
Descobri em um acaso
A falta do teu nome
E da tua companhia
Senti falta de anos
Que correm a tempos
Sem hesitar
Sem parar
O tempo apressado
Eu norte
E tu leste
Sem nem saber voltar
Doí longe
Doí perto
Tudo que não tem você
Tudo pra reviver
O que há tempos vem passando.
Não importa o quanto você tente mudar, o corte, o jeito de falar, as caretas em frente ao espelho, as atitudes e principalmente o modo como as pessoa te vêm, me convenci que certas coisas não mudam, não importa quantas vezes seu cabelo já mudou de cor ou se agora você tem sotaque, certas coisas, foram feitas pra nunca serem mudadas, continuarem iguais, pra sempre. É bem difícil de ver que é preciso aceitar, primeiro, aceitar, para que depois se entenda. Bem, queremos mudar o que nós faz desconfortáveis ou piores em relação a alguma coisa, já tentei mudar, dezenas de vezes pra ser bem exata e agora, percebi que tem coisas que sustentam que você é ou quem você parece ser, pelo ao menos aos olhos dos outros, então se quer mudar algo que faz a um longo tempo, não espere mudar em um dia ou dois, mudança demora, pra acontecer, durar, pra se notar. Mudança machuca, limpa muitas coisas, laços, afetos, amizades. Filtra o que é bom e o que não é. Cuidado a escolher e se decidir que quer mudar, muitas insatisfações passam, não culpe ou apresse o tempo, ele só passa, não resolve problemas, isso, é parte sua. Se quiser mudar, mude. Só tente descobrir antes o que sustenta você ou o que fará não só uma mascara cair e sim tudo aquilo que acredita, tem coisas que simplesmente são parte de nós. Ou se aceita. Ou teime com si mesmo o resto da vida.
Não importa o que você procura
Com tanta ternura
Sob este olhar
A vida é lotada
De achados
E perdidos
Prontos a se misturar
Seja sob o colo
Sob o tempo
Ou ver no que dá
Todos temos um dia
Que nós encontrar
Uns se encontram-se
Em si mesmos
Outros
Se encontram
Quando perdidos
Desolados
Das buscas intermináveis
Dos choros inacabáveis
Dos sonhos a se realizar
Das pessoas
Em busca de amor
Ou seja o que for
...

Tudo, acha seu lugar.
"Me esconda do teu olhar
Para que eu não encontre nele
O que ando procurando
Me esconda suas palavras
Pra que eu não ache nelas
O que anda faltando
Me esconda 
Embaixo de tuas asas
Sobre o coração."
Eu só queria me desculpar, mas pode não parecer o bastante, eu realmente te machuquei, tentando não ser a vítima, não desta vez. Você não me entende e não tenho a capacidade de te explicar os meus fracos, as minhas perdas e a minha falta de convicção que as coisas poderiam dar certo. E bem, o tempo realmente deixa as coisas mais claras, então, lhe peço, com o resto de sentimentos que sobraram, não me deixe viver com a culpa de ter alguém que me foi concebido sendo tirado pelas minhas próprias mãos. Eu so não consigo mais suportar a ideia de arriscar sem sentir o tanto que você sentia. Mas não lhe proponho que me entenda ou que me deixe ir sem brigar por mim, mas se eu assim pedir, o faça. As coisas se ajeitam melhor sem dor, sem rastros. Eu sou uma covarde atrás de coisas que só se conquista com uma bravura e coragem que talvez eu nunca tenha. Ou nuca consigo admitir que a escondo. Eu sou um enigma que prefiro dizer que você não estava ainda capaz de resolver ou até mesmo aguentar. Eu não conseguirei mudar, já tentei, acredite em mim que as coisas vão ser melhores assim. Mas fora o fato de que eu fugi de você tantas vezes e entre tantas outras simplesmente nós encontrávamos, vou sentir sua falta, com todo o meu coração.

Ser.

É só teu jeito, menina.
Só..
Mas é que 
E se eu não gostar?
E se eu quiser mudar
Esse jeito peculiar
É só meu
Mas e seu eu quiser
Dividir?
E se eu quiser
Parar de criar
Expectativas nas pessoas
E elas em mim
E se eu tivesse mais certeza
Das decisões a serem tomada
E do futuro que me espera?
E se
Eu só soubesse
O que vai acontecer amanhã
Ou depois
Eu erraria menos
Eu seria menos decepcionante
Eu
...
Só procuro uma forma
De me melhorar
De ser mais do meu jeito
Sem que ninguém sofra os efeitos colaterais
Da minha enorme
Falta de certeza
Sobre mim mesma.
É o dilema
Ela tornou dizer
É o dilema que nós faz vivos
Quem somos nós...

Permissões, dúvidas e pequenas loucuras

Tinha daquelas sensações de depois que se vê um bom filme de romance meloso e maravilhoso, que está no sonhos de qualquer um, que teria que meter o pé na vida, acelerar as coisas, encontrar o homem perfeito, casar, ter filhos, cozinhar, trabalhar. Ufa. Ah, na verdade era o poder que um conto de fadas tem, querer mudar tudo. Mas a gente tem sempre as dúvidas rondando as vontades de fazer as pequenas loucuras, essas coisas que ou a gente ri ou chora depois. Sempre preferi chorar depois. Vai da escolha de cada um. Mas o que não vale é desperdiçar as coisas que podem estar por vir aí só porque a cabeça tem desses "Sera? Mas sera? Sera?!" E como é que vai se saber, se nem se tenta antes de matar idéias, quantas coisas poderiam ter sido contadas e lembradas hoje, se não matássemos nossas vontades com nossa falta de confiança, com o poder de acreditar, isso deveríamos ter herdado das historias de princesa, se não se arriscassem estariam todas jogadas ao acaso, limpando casas ou sendo maltratadas pela madrasta até hoje, quem sabe. Quem acredita no que parece impossível, é que mais é capaz de realizar.
Eu tentei não sentir nada
E acabei assustada
Com o medo que desse errado
De novo
Como mais uma vez
E igual uma outra.
Mas eu só não pude evitar
O modo em que você me invade
E me deixa fora de órbita
Você jurou não me magoar
Jurou pra depois, esquecer
Jurou a palavra
Mas não com o coração
Não é justo comigo
Você não sente o mesmo?
Ou ao menos sentia
Ou as palavras eram só
Palavras e nada mais
Você me invade
Que não posso evitar
E o tempo só parece
Apressar pra que eu esqueça
Eu não consigo ouvir
Eu não consigo enxergar
Só sentir
É tão forte
Se você notasse
E me encontrasse
Ai então eu iria
Me achar
Nas tuas palavras
Tão sinceras
Nas músicas antigas
Nos discos emprestados
Nos riscos
No medo
Você curaria
Mas você não está aqui
Então toma-se conselhos
E comprimidos
Encontro-me entre escapes
E insegurança
Tentado não lembrar
Tentando deixar pra lá
Pra mais tarde
Deixar acumular
Em saudades concebidas
Em derramas de melancolia.



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